Análise Ultra-Estrutural de Embriões Bovinos da Raça Nelore

Autores

  • Adalgiza Pinto Neto
  • César Roberto Esper
  • José Monteiro da Silva Filho
  • Jéferson Ferreira da Fonseca
  • Marcelo Falci Mota
  • Heraldo Belisário
  • Wilson Saliba Pardini
  • Múcio Túlio Teixeira Alvim

Resumo

O conhecimento da ultra-estrutura de embriões bovinos, dentro das diferentes sub-espécies permite estabelecer características inerentes a cada uma delas, possibilitando o desenvolvimento de métodos eficientes para estocagem e conservação desses embriões. Diante disso, 17 embriões bovinos, da raça Nelore, foram preparados para análise ultra-estrutural, sob microscopia eletrônica. O processamento dos embriões foi realizado no Departamento de Reprodução Animal da UNESP – Jaboticabal. Para tanto, os embriões foram lavados, sucessivas vezes para remoção do SFB, utilizado no meio de transporte, fixados em solução de glutaraldeído a 1% em tampão cacodilato de sódio 0,15M e pH 7,6, desidratados em soluções com concentrações crescentes de álcool etílico, pré-incluídos, incluídos em cápsulas BEEM (Better equipment for electron microscopy), contendo resina EPON-812, submetidos em estufa à temperatura de 60oC por 72 horas, para polimerização, e seccionados. Devido às pequenas dimensões, os embriões inicialmente foram submetidos a secções semifinas (0,5 mm), para que a linha de corte propiciasse visualização do trofoblasto (TF) e massa celular interna (MCI). Após a triagem dos cortes, realizaram-se secções ultrafinas (60-70 nm), que foram colhidas em grades de cobre, coradas com acetato de uranila e citrato de chumbo e observadas ao microscópio eletrônico. Dos embriões processados 64,71 % foram selecionados para análise ultra-estrutural. Observou-se que as células dos embriões analisados apresentavam-se semelhantes às descrições para blastocistos de bovinos Bos taurus indicus. O trofoblasto era formado por células alongadas que constituíam duas partes distintas; o trofoblasto mural, que delimitava a blastocele, e o trofoblasto polar, que recobria as células da massa celular interna. Suas células estavam intimamente ligadas por complexos juncionais, seguidos por desmossomos. As superfícies externas dessas células eram cobertas por microvilosidades proeminentes,com filamentos axiais, enquanto suas superfícies internas apresentavam-se lisas, com junções comunicantes (do tipo gap) com as células da MCI. Possuíam organelas usuais como mitocôndrias, lisossomos, ribossomos e poliribossomos, retículo endoplasmático liso e rugoso e complexo de Golgi) com forma e número variados. Observaram-se também gotas lipídicas e numerosas vesículas. As células da MCI eram cubiformes, ligadas umas as outras por junções desmossômicas, apresentando coloração mais clara que a das células do TF, e não apresentavam microvilosidades. As organelas citoplasmáticas eram semelhantes às do trofoblasto. Observaram-se, tanto nas células do TF quanto nas células da MCI, mitocôndrias do tipo hooded. (cuculadas) descritas em ovócitos e caracterizadas por uma cavidade circular vazia.

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Como Citar

Neto, A. P., Esper, C. R., Filho, J. M. da S., Fonseca, J. F. da, Mota, M. F., Belisário, H., … Alvim, M. T. T. (2008). Análise Ultra-Estrutural de Embriões Bovinos da Raça Nelore. Arquivos De Ciências Veterinárias E Zoologia Da UNIPAR, 4(2). Recuperado de https://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/view/731

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Artigos