DO CAMPO PARA A CIDADE: TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO TRABALHO CAMPONÊS
Resumo
O presente trabalho propõe-se a analisar as trajetórias socioculturais dos camponeses que migraram do campo para a cidade, no município de Francisco Beltrão, PR, a partir de 1950, tendo como eixo central as metamorfoses no processo de trabalho. Parte-se da perspectiva de que a modernização da agricultura privilegiou a elite agrária em detrimento do campesinato. Este, não possuindo meios de reproduzir-se no campo, teve como horizonte, na maioria das vezes, apenas a proletarização urbana como meio de garantir sua sobrevivência. A partir da ruptura com sua condição camponesa, expressa na subordinação/exploração do seu trabalho na indústria, o ex-camponês passa a ser “domesticado” intensivamente, numa lógica que visa a reprodução ampliada do capital. Essas transformações na esfera do trabalho, tendo por eixo o avanço do capital no campo e a expropriação dos meios de produção e subsistência do camponês, trouxeram mudanças em vários aspectos socioculturais, destacando-se a alimentação, a religiosidade, as relações de vizinhança, familiares e de amizades, entre outros aspectos. Nesse sentido, busca-se compreender em que medida essas transformações socioculturais, operadas pela dinâmica da exploração/subordinação do trabalho ao capital, contribuem para aguçar ou mesmo dar novos contornos a questão social. Partimos de uma investigação teórica sobre o assunto e, posteriormente, a uma pesquisa de campo (entrevista semiestruturada) com dez (10) trabalhadores formais, que migraram do campo e são hoje assalariados na indústria. Finalizando com a análise das informações coletadas, efetivada entre os meses de agosto e setembro de 2011, tratando sobre a dinâmica sociocultural e do trabalho no campo, e também no espaço urbano-industrial. O projeto de pesquisa que originou este artigo foi aprovado pelo CEPEH/UNIPAR, sob o protocolo nº 20903/2011.Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.