EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE: PERCEPÇÃO DE ESCOLARES DO ENSINO MÉDIO SOBRE INFECÇÃO E PREVENÇÃO DO HIV
DOI:
https://doi.org/10.25110/educere.v23i2.2023-025Palavras-chave:
Adolescência, HIV, Escola, Adolescência. HIV. Escola. Prevenção.Resumo
A adolescência é a fase da vida caracterizada por profundas transformações que são próprias do processo de amadurecimento humano na construção de sua identidade intelectual e sexual, sendo esta, marcada, muitas vezes, pela atividade sexual desprotegida e gerando um problema de saúde pública com novos desafios éticos para a saúde e educação. A escola tem papel fundamental na prevenção de doenças, dentre as quais a AIDS, por orientar os/as adolescentes para o desenvolvimento de habilidades condicionantes ao exercício de uma vida saudável. Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem quanti-qualitativa que objetivou analisar a percepção de 75 alunos/as entre 14 e 19 anos de três escolas de ensino médio de um município do interior cearense, acerca dos desafios enfrentados pelos alunos/as na efetivação do conhecimento adquirido nesta etapa da educação básica sobre a transmissão e prevenção do vírus HIV. Os dados foram coletados em fevereiro de 2020, por meio de questionário estruturado com perguntas discursivas e fechadas de múltipla escolha, respeitando às considerações éticas propostas nas Resoluções 466/12 e 510/16 e aprovado no Comitê de Ética da UERN. Os dados revelaram que a escola é a principal fonte de transmissão de informações sobre prevenção ao HIV, tratando o assunto principalmente nas aulas da disciplina de biologia. Os/as alunos/as, em sua totalidade, reconheceram o preservativo como uma forma preventiva ao vírus, apesar que muitos consideraram o acesso limitado. No estudo, mais da metade dos escolares relataram que a exposição ao vírus HIV se dá por falta de consciência e atitude própria dos/as adolescentes, onde um considerável percentual se julga mal informado e possui dúvidas relacionadas ao tema. Concluiu-se que há a necessidade de campanhas preventivas específicas para a desconstrução da falsa percepção de informação efetiva desta população, sendo a escola o ambiente privilegiado para a construção de diálogos cooperativos sobre saúde sexual e a prevenção do vírus HIV.
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