A NECROPOLÍTICA DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES DO PARANÁ

Resumo

Este trabalho objetiva apresentar de forma crítica a implantação do modelo de escolas "cívico-militares”, aqui tratadas como “necromilitares”, devido à necropolítica adotada pelo governo emerso da eleição de 2018, imposto pelo Governo Federal e implantado com entusiasmo no Paraná. Utilizaram-se documentos oficiais produzidos pelos governos estadual e federal, que mistificam avanço tecnológico e curricular com discurso acrítico e pseudomoral, realizada juntamente à utilização do ensino remoto, com a pretensa aplicação das tecnologias educacionais enquanto avanço “inquestionável” das condições de aprendizagem, em ambiente de total desarticulação das condições de discussão coletiva, em face da pandemia de COVID-19, permeada pelo afunilamento da precarização do currículo, sob a égide da nova BNCC. Este ato de força tem uma face preocupantemente fascista e rememora as práticas educacionais do período da ditadura militar brasileira (1964-1985), com características de controle do corpo e comportamento dos estudantes, além de condicionamentos que remetem ao behaviorismo radical de Skinner. Nesse cenário, essas escolas exercem uma função necrotizante da educação, convertendo as possibilidades de educação libertadora e emancipatória em educação essencialmente necromilitar que advoga à submissão absoluta a valores contrários a liberdade, a criatividade e o livre arbítrio de alunos e professores.