OS CUIDADOS PALIATIVOS NA VISÃO DE INTERNOS DE UM CURSO DE MEDICINA: ESTUDO TRANSVERSAL
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i9.2023-017Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Estudantes de Medicina, TanatologiaResumo
Este estudo teve por objetivo verificar o conhecimento de estudantes de medicina sobre cuidados paliativos em saúde durante a sua formação. Método: Estudo transversal com 58 participantes dentre um universo de 200 internos de medicina dos quatro últimos períodos da graduação (internato médico) de uma instituição de ensino superior brasileira privada sem fins lucrativos, que tem um currículo integrado com o uso intensivo de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Foi utilizado um questionário, enviado por meio eletrônico e que foi baseado no instrumento americano "Physician's End-of-Life Care Attitude Scale”. A coleta de dados ocorreu no terceiro trimestre de 2020 e os dados foram analisados por meio da estatística descritiva simples. Resultados: Participaram 58 estudantes, entre 20 e 34 anos, sendo 72% mulheres. Apenas 15,5% se consideraram competentes em dar notícias ruins. Quanto ao manejo clínico, 65,5% necessitaram maior supervisão ou instrução básica na dispneia terminal. Na decisão de retirada do suporte ventilatório de um paciente incapaz de decidir por si, 74,1% se preocuparam com questões legais e profissionais e 77,6% com questões éticas. Em relação ao pensamento sobre a morte do paciente, 67,2% se manifestaram ansiosos ou desconfortáveis. 80% dos estudantes classificaram como importante ou muito importante abordar a temática dos cuidados paliativos durante o internato. Conclusão: Os estudantes expressaram graus variados de conhecimento acerca do tema. Manifestaram maior segurança no manejo dos principais sintomas clínicos. Observou-se que o tema morte provoca certo grau de angústia e desconforto nos estudantes, que consideram necessário o conhecimento sobre cuidados paliativos.
Referências
ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS (ANCP). Manual de Cuidados Paliativos. ANCP: Ampliado e atualizado. 2a. ANCP. 2012.
ALMEIDA LF, FALCÃO EBM. Representação social de morte e a formação médica: a importância da UTI. Revista Brasileira de Educação Médica, v.37, n.2, p.226–34, 2013.
APRATTO JUNIOR et al. O ensino de cuidados paliativos na graduação do curso de medicina: um olhar multicêntrico. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v.27, n. 8, p.78–86, 2023.
BATISTA GFDM, FREIRE GDCL. Análise do ensino da morte e do morrer na graduação médica brasileira. Revista Brasileira de Bioética, v.15, n.1, p.1–13, 2019.
BRASIL. Comissão Intergestores Tripartite. Resolução No 41, de 31 de Outubro de 2018. Brasília: Diário Oficial da União. 2018.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM no 1.973/2011: Relatório da Comissão Mista de Especialidades CFM/AMB/CNRM. Diário Oficial da União Brasil; 2011:144–7.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Vol. Seção 1, Diário Oficial da União. 2014.
CALDAS GHO et al. Palliative care: A proposal for undergraduate education in Medicine. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 21, n. 3, p. 261–271, 2018.
CONCEIÇÃO MV et al. Conhecimento sobre cuidados paliativos entre médicos residentes de hospital universitário. Revista Brasileira de Bioética, v.27, n.1, p.134–42, 2019.
DALL’OGLIO LM et al. Ensino de cuidados paliativos nas escolas médicas brasileiras: uma revisão integrativa. Espaço para a Saúde, v. 22, 2021.
EUROPEAN ASSOCIATION FOR PALLIATIVE CARE (EAPC). Palliative care: a human right. Carta de Praga, 2013.
FIGUEIREDO MGMCA, STANO RCMT. O Estudo da Morte e dos Cuidados Paliativos: uma Experiência Didática no Currículo de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v.37, n.2, p.298–306, 2013.
HAMEL L et al. Views and Experiences with End-of-Life Medical Care in Japan, Italy, the United States and Brazil: A Cross-Country Survey. Menlo Park: KFF, 2017.
LACERDA PNM et al. Extensão universitária na atualidade: a IFMSA Brasil como foco. Revista de Medicina, v. 94, n. 2, p. 81-86, 2015.
LEVETOWN M et al. The development of the physicians’ end-of-life care attitude scale. Omega, v.40, n.2, p.323–33, 1999.
MIWA MU. Adaptação Transcultural, Avaliação Psicométrica e Validação da Versão Brasileira do Questionário “Profesional End-of-Life Attitudes Scale (PEAS)”. São José do Rio Preto. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia) – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2018.
PINHEIRO TRSP. Avaliação do grau de conhecimento sobre cuidados paliativos e dor dos estudantes de medicina do quinto e sextos anos. O Mundo da Saúde, v.34, n.3, p.320–6, 2010.
SANTOS et al. Atlas dos cuidados paliativos no Brasil 2019. São Paulo: ANCP; 2020.
SANTOS MFG; BASSITT, DP. Terminalidade da vida em terapia intensiva: posicionamento dos familiares sobre ortotanásia. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 23, n. 4, p. 448–454, 2011.
SAUNDERS C. The evolution of palliative care. J R Soc Med. v.94, n. 9. p.430-2, 2001.
TOLEDO, AP; PRIOLLI, DG. Cuidados no fim da vida: o ensino médico no Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 36, n. 1, p. 109–117, jan. 2012.
VILLEGAS VCA, RODRIGUES ALP. Humanização em saúde na graduação em medicina e sua correlação com atividades da IFMSA Brasil. Espaço para a Saúde, v.21, n.2, p.34–41, 2020.
VON ELM E et al. STROBE Initiative. The Strengthening the Reporting of Observa-tional Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observa-tional studies. PLoS Med., v.16, n.4, p.e296, 2007.
WORLD HOSPICE PALLIATIVE CARE ALLIANCE (WHPCA). Global atlas of palliative care at the end of life. Geneva: WHO; 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.