PRÓPOLIS VERMELHA E AÇÃO ANTIFÚNGICA: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v28i1.2024-10729

Palavras-chave:

Própolis Vermelha, Antimicrobiano, Antifúngico

Resumo

Introdução: a própolis é uma composição resinosa produzida por abelhas e utilizada em suas colmeias contra microrganismos. Existem diversos tipos desse composto, sendo o de coloração vermelha o último espécime relatado na literatura. Assim, dentre suas aplicabilidades, a atividade antifúngica da própolis vermelha tem sido explorada com vistas a ampliar sua ação terapêutica. Objetivo: explorar estudos acerca da ação antifúngica da própolis vermelha, identificando suas potencialidades e desafios. Metodologia: foi realizada uma revisão integrativa nas bases de dados bibliográficos MEDLINE (via PubMed), SciELO e Google Acadêmico, complementada por uma diligência nas bases de ensaios clínicos ReBEC e Clinical Trials. Em seguida todos os estudos selecionados foram explorados para obtenção do cenário atual sobre o tema. Resultados: foram incluídos 08 estudos, sendo 01 deles um ensaio clínico. Os estudos comprovam a ação antifúngica da própolis vermelha, principalmente contra Candida spp. e Paracoccidioides brasiliensis, e evidenciam a maior potência fungicida deste composto em detrimento de outros tipos de própolis. Conclusão: a ação antifúngica da própolis vermelha mostra-se uma potencialidade em diversos estudos. Entretanto, o volume de pesquisas científicas relativas a esse tema é insuficiente e a complexidade desse composto configura-se como um desafio à sua aplicabilidade.

Biografia do Autor

Victor Luan Caciatore de Souza, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Possui graduação em Engenharia civil (Universidade Estadual Paulista - UNESP) e Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental (UNESP). Atualmente, é estudante de Medicina (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL) e realiza pesquisas na área de produtos naturais (própolis vermelha e Cannabis) e geoprocessamento aplicado à epidemiologia."

Elaine Cristina Tôrres Oliveira, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (2019-2023). Mestrado em Saúde Pública pela Universidade Estadual da Paraíba (2012-2014). Especialização em Saúde Pública pela Universidade de Pernambuco (2009-2010). Especialização em Ciências da Educação pela Faculdade de Teologia Integrada (2010-2011). Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (2003-2007). É professora titular II do Centro Universitário Cesmac e professora auxiliar da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Atuou como professora substituta da disciplina saúde coletiva II, na Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Campus de Vitória de Santo Antão e como Enfermeira de PSF nas cidades de Queimadas/PB e Feira Nova/PE. Possui trabalhos principalmente nos seguintes temas: envelhecimento, saúde coletiva, promoção da saúde, saúde do idoso, doenças crônicas não transmissíveis, hipertensão arterial sistêmica e saúde da mulher. É coordenadora, desde 2017, do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da UNCISAL.

Bruno Coêlho Cavalcanti, Universidade Federal do Ceará

Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (2004), possui Mestrado (2006) e Doutorado (2010) em Farmacologia pela mesma instituição. Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em Atividade Antitumoral, Citotoxicidade, Genotoxicidade, Mutagenicidade e Quimioprevenção.

Hemerson Iury Ferreira Nagalhães, Universidade Federal da Paraíba

Doutor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2009). Atualmente é Professor Adjunto III no Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) na Universidade Federal da Paraíba (área de Toxicologia). Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em cultura de células, Toxicologia de produtos naturais e sintéticos, Oncologia Experimental, Bioprospecção de produtos naturais como fonte de fármacos e exploração biotecnológica de biomas regionais. Desenvolve colaboração em pesquisas na área de sinergismo de drogas antifúngicas. É membro da Sociedade Brasileira de Toxicologia e está como Coordenador geral do Centro de Assistência Toxicológica - CIATox-PB.

Paulo Michel Pinheiro Ferreira, Universidade Federal do Piauí

Graduado em Ciências Biológicas e Farmácia, especialização em Bioquímica Clínica e Biologia Molecular (Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - UFC, Brasil) e Mestre e Doutor em Farmacologia (Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Faculdade de Medicina). -UFC, Brasil). Possui Pós-Doutorado em Oncologia Translacional (Centro de Pesquisa do Câncer, Universidade de Salamanca - CIC/USAL, Espanha). Como Professor Associado, leciona Fisiologia Humana e Oncologia e coordena o Laboratório de Oncologia Experimental e Toxicologia Pré-clínica (LabCancer) da UFPI desde 2013. Atua principalmente com técnicas celulares e teciduais e modelos animais utilizando ferramentas fisiofarmacológicas e biotecnológicas como interface para a análise de antineoplásico, mecanismos toxicogenéticos e antiinflamatórios de moléculas protótipo ou fármacos de uso clínico com possibilidade de reposicionamento terapêutico contra doenças crônicas de base proliferativa e/ou inflamatória. É membro dos Programas de Pós-Graduação em Farmacologia, Ciências Farmacêuticas e Biotecnologia e mantém colaborações nacionais e internacionais com instituições brasileiras, italianas, portuguesas e espanholas. Professor Associado da Universidade Federal do Piauí, foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação (Ciências Farmacêuticas, 2014-2018), Coordenador do primeiro curso multiprofissional de Oncologia - Oncologia Experimental e Clínica (2018-2019) - da Universidade Federal do Piauí (Teresina, Brasil) e publicou dezenas de artigos científicos e capítulos de livros.

Ticiano Gomes do Nascimento, Universidade Federal de Alagoas

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba (1998), mestrado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e doutorado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos pela Universidade Federal da Paraíba (2004). Bolsista do CNPq em Produtividade, Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora nível 2 - CA 82. Pos-doc em purificação e identificação de metabólitos secundários da própolis vermelha de Alagoas usando CLAE-preparativo e GC-MS e LC-Orbitrap-FTMS. Estudos de fingerprinting, autenticidade e sazonalidade da própolis vermelha usando software de metabolômica (open Format) pela University of Strathclyde/Glasgow-UK. Professor Associado IV da Universidade Federal de Alagoas. Leciona nas disciplinas Farmacotécnica, Análises Farmacêutica, Controle de Qualidade de Fármacos e Medicamentos e Estágio curricular em Medicamentos / Alimentos. Foi coordenador do curso de Farmácia no período junho de 2006 a março de 2009. Orientador de Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFAL, Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFAL e pelo PROFNIT - Polo UFAL. Atualmente é revisor da Revista Brasileira de Farmacognosia, Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, Journal of Chromatography B, Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis e Food Chemistry. Tem experiência na área de Farmácia Industrial, com ênfase em Desenvolvimento de Pré Formulados e Formulados Sólidos, e Semi-Sólidos, Estudo de Estabilidade de Medicamentos e Bioequivalência (etapa analítica); atuando principalmente com as seguintes técnicas analíticas: análise térmica (DSC, DTA, Termogravimetria), Infravermelho (Médio e NIR), Dissolução Intrínseca, Cinética e Perfil de Dissolução e CLAE (CLAE-UV-DAD, CLAE-UV-MS-MS). Vem atuando no desenvolvimento e validação de metodologias analíticas e produtos para saúde a base de própolis vermelha de Alagoas, própolis marrom-esverdeada de União dos Palmares, própolis verde de Minas Gerais, fitoterápicos Guaco (Mikania glomerata), Chambá (Justicia pectoralis), Unha de gato (Uncaria tomentosa), frutas tropicais Açaí (Euterpe oleraceae), plantas nativas (Moringa oleifera) e medicamentos sintéticos.

José Roberto de Oliveira Ferreira, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Possui graduação em Farmacia pela Universidade Federal de Alagoas, Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2009) e Doutor em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente (2014). Atualmente é Professor e Pesquisador da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Membro da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas , Membro do Comitê Interno de Iniciação Científica e Tecnológica. Tem experiência na área de Oncologia Molecular com ênfase em farmacologia e toxicologia. Tem colaboração com pesquisadores da UFPI, UFPB, UFC e Fundação Antônio Prudente. Docente permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde da Família (PPGSF/FIOCRUZ/UNCISAL).

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Publicado

02-04-2024

Como Citar

Luan Caciatore de Souza, V., Cristina Tôrres Oliveira, E., Coêlho Cavalcanti, B., Iury Ferreira Nagalhães, H., Michel Pinheiro Ferreira, P., Gomes do Nascimento, T., & Roberto de Oliveira Ferreira, J. (2024). PRÓPOLIS VERMELHA E AÇÃO ANTIFÚNGICA: POTENCIALIDADES E DESAFIOS. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR, 28(1), 174–187. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v28i1.2024-10729

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Artigos