INCAPACIDADE PARA O TRABALHO DEVIDO A TRANSTORNOS MENTAIS ENTRE TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA SAÚDE NO PERÍODO PRÉ E DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v29i3.2025-11986Palavras-chave:
Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho, Incapacidade para o Trabalho, Trabalhadores da Saúde, COVID-19Resumo
O objetivo deste estudo é identificar a prevalência da incapacidade para o trabalho e avaliar os fatores associados à incapacidade em relação aos transtornos mentais entre os trabalhadores da saúde e não trabalhadores da saúde no período pré e durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal cuja análise se baseou em dados dos anos 2018 a 2022, coletados na base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível pelo Centro Colaborador da Vigilância aos Agravos à Saúde do Trabalhador (CCVISAT). Os dados obtidos foram analisados com o auxílio dos softwares R Studio e Stata Versão (Stat Corp®). As variáveis que apresentaram p<0,2 nas análises bivariadas foram inseridas em um modelo de regressão de Poisson multivariado e os resultados apresentados em razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança 95% (IC95%). Os resultados evidenciaram que os indivíduos do sexo feminino, de cor da pele branca, com nível superior completo apresentaram maior quantitativo no número de notificações de casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho. A maioria dos casos que evoluíram com a incapacidade foram do sexo masculino, cor da pele (preta, amarela e parda), afastados do trabalho e/ou da causa do adoecimento e não profissionais da saúde e menor prevalência de incapacidade entre os de ensino fundamental/médio e autônomos/temporários. Diante disso, constata-se que o diagnóstico diferencial e a definição do nexo causal, são passos importantes, visto que permitem identificar as demandas para traçar ações para os serviços e programas, direcionando profissionais de saúde capacitados para o cuidado integral dos casos atendidos, sendo possível planejar medidas de intervenção que fortaleçam as ações de vigilância em saúde dos trabalhadores e busquem a prevenção do adoecimento mental e da incapacidade para o trabalho.
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