O USO DA TALIDOMIDA EM SERES HUMANOS E ANIMAIS – PASSADO, PRESENTE E FUTURO
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqvet.v18i1.5369Resumo
A talidomida foi desenvolvida na década de 50 do século XX, e foi amplamente utilizada como um sedativo-hipnótico e como fármaco contra enjoos durante a gestação. No final da década de 60 ela foi retirada do mercado devido ao seu catastrófico efeito colateral de teratogenicidade. Contudo, o próprio mecanismo que é basicamente responsável pela sua teratogenicidade é também responsável por uma de suas muitas propriedades farmacológicas potencialmente benéficas e desejáveis, a anti-angiogênese. Felizmente, as pesquisas dos efeitos terapêuticos da droga não se cessaram e em 1998 o fármaco foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) para tratamento do eritema nodoso leproso e em 2006 para tratamento de mieloma múltiplo. Hoje, quase 40 anos depois, a mesma temida talidomida ressurge como fármaco de propriedades imunomoduladoras e antiangiogênicas, com potencial para tratamento de doenças inflamatórias, infecciosas e neoplásicas. Na medicina veterinária ainda pouco se sabe sobre os efeitos terapêuticos do fármaco, entretanto, o sucesso terapêutico do fármaco já fora observado em diversas situações clínicas em pessoas e em testes com animais, podendo existir indicação nas doenças homólogas na medicina veterinária. Este artigo traz uma revisão de literatura sobre a talidomida e suas aplicações reais e potenciais em medicina veterinária.