ANSIEDADE EM TRANSGÊNEROS ACOMPANHADOS EM UM AMBULATÓRIO DE SEXUALIDADE MARANHENSE
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i7.2023-049Palavras-chave:
Transtornos Mentais, Transtornos Ansiosos, Pessoas TransgêneroResumo
O objetivo deste estudo foi avaliar os sintomas ansiosos em indivíduos transexuais atendidos em um ambulatório de gênero e sexualidade. Caracteriza-se como um estudo descritivo, de corte transversal e abordagem quantitativa, adotando amostra por conveniência (n=46). Foi realizado nas dependências de um Hospital Universitário Nordestino mediante aplicação do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e formulário sociodemográfico, os dados coletados foram trabalhados no EpiInfo. Os resultados revelaram trans em sua maioria jovens, de cor parda, solteiros, com ensino médio completo, estudantes, residiam com pais e/ou parentes, não religiosos, e metade com vínculo empregatício. A ansiedade leve esteve presente em 21,7% e mínima em 34,8% dos pacientes, enquanto, a moderada em 28,3% e a grave 15,2%. Identificou-se relevância estatística na associação entre ansiedade e idade (p= 0,0072), e de ansiedade com vínculo empregatício (p=0,0039). Portanto, demonstrou-se que a maioria dos entrevistados apresentaram com menor severidade sintomas ansiosos, podendo ter relação com seu maior grau de instrução, presença de suporte social e presença de vínculo de trabalho.
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