MONITORAMENTO INTERNO DA QUALIDADE DOS EXAMES CITOPATOLÓGICOS DO COLO DO ÚTERO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v30i1.2026-12026Palavras-chave:
Controle de Qualidade, Teste de Papanicolaou, Ministério da Saúde, Indicadores de SaúdeResumo
Os indicadores do monitoramento interno da qualidade (MIQ), demonstram a qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero dos laboratórios que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS), pela análise e acompanhamento desses indicadores. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho dos laboratórios prestadores que realizaram os exames citopatológicos do colo do útero no SUS no Brasil, unidades federativas e regiões, através do MIQ estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo dos dados obtidos no departamento de informática do sistema único de saúde referente aos resultados citopatológicos emitidos pelos laboratórios brasileiros, no período de 2014 a 2023 utilizados na tabulação dos indicadores do MIQ. Os resultados mostraram que foram realizados 59.306.209 exames citopatológicos no Brasil, sendo 98,8% satisfatórios para análise oncótica. Os indicadores do MIQ evidenciam que o índice de positividade, estava abaixo do esperado, 2,9%, o que sugere que alterações celulares podem não estar sendo identificadas. Nos indicadores com células escamosas atípicas entre os exames alterados, alguns estavam acima do parâmetro, como Piauí (73,2%) e Distrito Federal (70,1%), assim como razão células escamosas atípicas e lesões intraepiteliais escamosas, os quais impactam no percentual do índice de positividade. No percentual de exames compatíveis com lesão intraepitelial escamosa de alto grau dentre exames satisfatórios, 55,6% dos estados brasileiros estavam abaixo do recomendado. Como alguns indicadores do MIQ apresentaram valores abaixo dos parâmetros recomendados, isso pode comprometer a efetividade do programa de rastreamento do câncer de colo de útero.
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