PERFIL DO SEGURADO SUBMETIDO A REABILITAÇÃO PROFISSIONAL OFERECIDA PELO INSS: UMA ANÁLISE DE CASO

Autores

  • Alexandre Magno Borges Pereira Santos
  • Cristiane Betanho
  • José Eduardo Ferreira Lopes
  • Renata Rodrigues Daher Paulo

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i5.2023-012

Palavras-chave:

Previdência Social, Reabilitação Profissional, Saúde, Trabalho

Resumo

Introdução: O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a autarquia federal legalmente incumbida de concretizar as políticas públicas da previdência social. A reabilitação profissional é um dos serviços oferecidos pelo INSS, e deve proporcionar meios para a (re)educação e (re)adaptação profissional e social do segurado incapacitado, com vistas a possibilitar o seu reingresso no mercado de trabalho e sua inclusão social no contexto em que vive. Percebe-se, assim, que a reabilitação profissional envolve conceitos de trabalho, de saúde e de educação. Objetivo: Este artigo tem por objetivo analisar o perfil básico do trabalhador acolhido no serviço de reabilitação profissional do INSS em Uberlândia/MG. Metodologia: Em termos metodológicos, trata-se de um estudo de caso, de natureza quantitativa. A unidade de análise são os segurados desligados no ano de 2017 e foram analisados dados secundários extraídos pelo INSS de processos físicos de acompanhamento dos reabilitandos. Descreveram-se o procedimento adotado pelo setor de reabilitação profissional do INSS e o perfil do segurado submetido a reabilitação profissional.  Principais resultados: Concluiu-se que alguns aspectos da amostra contrariavam os prognósticos fornecidos pelo referencial teórico e que outros os confirmavam. Conclusão: O universo da amostra é semelhante ao dos estudos anteriores (composição etária, remuneração média, nível de escolaridade). Contudo, alguns resultados contrariam os indicados por eles, tais como quantidade de inelegíveis por possibilidade de retorno ao trabalho, quantidade de segurados desligados do programa sem passar por nenhum curso de capacitação ou treinamento profissional. Além disso, os resultados sugerem que a responsabilidade pelo sustento da família tem importância no sucesso da reabilitação profissional e que o fato de o segurado receber um benefício de valor superior prejudica o sucesso da reabilitação profissional. Contribuições teóricas e práticas: Ao final, foi possível contribuir com um bom diagnóstico da situação. Estas informações podem subsidiar a tomada de decisões administrativas.

Referências

Antunes, R. & Alves, G. (2018). As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Educação & Sociedade, 25(87), 335-351. http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v25n87/21460.pdf.

Antunes, R. (2015). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial.

Barros, E. B. (2015). Reabilitação Profissional: investigando a resiliência em trabalhadores acidentados [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Amazonas]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFAM_b74689ee18ec2ec71c41573566fcc720.

Bernardo, L. D. (2006). Os significados do trabalho e da reabilitação profissional para o trabalhador incapacitado para o exercício da profissão habitual. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-73BKA6/1/lilian_dias_bernardo.pdf

Bianchessi, D. L. C., Dantas, F. F., Poersch, A. L., Ramos, M. Z., Merlo, A. R., Crespo. B. & Perez, K. V. (2014). Sobre uma construção em atenção em saúde mental e trabalho na empresa. In: Crespo, A. R., Bottega, C. G. & Perez, K. V. (Org.), Atenção à saúde mental do trabalhador: sofrimento e transtornos psíquicos relacionados ao trabalho. (Evangraf, pp. 117-132). http://www.nersat.com.br/wp-content/uploads/2015/05/atencao_completo_reduzido.pdf#page=118.

Bobbio, N. (1986). Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. (14. Ed). São Paulo: Paz e Terra.

Braga, R. (2012). A política do precariado: do populismo a hegemonia lulista. São Paulo: Boitempo.

Bregalda, M. M. & Lopes, R. E. (2016). A reabilitação profissional no INSS: caminhos da terapia ocupacional. Saúde e Sociedade, 25(2), 479-493, 2016. https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0104-12902016000200479&script=sci_arttext&tlng=pt.

Burdeau, G. (2005). O Estado. São Paulo: Martins Fontes.

Campos, V.; Garcia-Jr.; C. A. S.; Cunha, L. B. da; Fagundes, L.; Bolognini, T. Saúde do trabalhador: O fortalecimento da educação permanente em saúde a partir da contrução de um seminário. Arq. Cienc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 24, n. 2, p. 117-123, maio/ago. 2020

Canal, P. & Cruz, R. M. (2013). Aspectos psicológicos e reabilitação profissional: revisão de literatura. Estudos de Psicologia, 30(4), 593-601. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-166X2013000400012&script=sci_abstract&tlng=pt.

Carvalho, F. X. (2018). As alterações no programa de reabilitação profissional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): garantia ou supressão de direitos. [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Ponta Grossa]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2534.

Castel, R. (1998). As metamorfoses da questão social. Petrópolis: Vozes.

Cheres, J. E. C., Almeida, G. R., Carvalho, J. & Lucas, L. M. (2013). Reabilitação profissional na agência da previdência social do município de Timóteo: uma prática possível? Revista Eletrônica de Ciências Jurídicas, 1(4). http://fadipa.educacao.ws/ojs-2.3.3-3/index.php/cjuridicas/article/view/126.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.

Dakuzaku, R. Y. (1998). De deficiente a trabalhador: reabilitação profissional na perspectiva da pessoa com deficiência – um estudo de caso. [Tese de doutorado, Universidade Federal de São Carlos]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/3787/456.pdf?sequence=1.

Decreto n. 7.724, de 16 de maio de 2012. (2012). Regulamenta a Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Decreto/D7724.htm.

Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998. (1998). Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc20.htm.

Farias, S. H. & Lucca, S. R. (2013). Perfil dos trabalhadores vítimas de acidente de trabalho grave usuários de prótese do programa de readaptação profissional. Revista baiana de saúde pública, 37(3), 725-738. http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2013/v37n3/a4471.pdf.

Farias, S. H. (2013). Estudo dos trabalhadores vítimas de acidente de trabalho grave participantes do Programa de Reabilitação Profissional do Instituto Nacional de Seguridade Social de Campinas, usuários de órtese e prótese. [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas]. http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312035/1/Farias_SamanthaHasegawa_M.pdf.

Fonseca, F. V. (2011). Modelo de Reabilitação Profissional: uma proposta de avaliação da eficácia. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSC_77ff738a5a254f7452d7707c1d38ea57.

Gurgel, M. E. P. (2003). A reabilitação profissional: um programa de reinserção do acidentado no mercado de trabalho. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFPE_e2601b4f7cc5694cc111ab482e724025.

Instituto Nacional do Seguro Social. (2018). Manual Técnico de Procedimentos da Área de Reabilitação Profissional. (s.n.). http://www.alexandretriches.com.br/wp-content/uploads/2018/03/Manual-de-Reabilita%C3%A7%C3%A3o-profissional.pdf.

Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (1990). Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm.

Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. (1991) Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm.

Lourenço, E. A. (2009). Na trilha da saúde do trabalhador: a experiência de Franca/SP. [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. https://www.franca.unesp.br/Home/ensino/pos-graduacao/servicosocial/tesesservicosocial/edvania-angela-de-souza-lourenco.pdf

Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2017). Fundamentos de metodologia científica (8. Ed). São Paulo: Atlas.

Martinez, W. N. (2017). Curso de Direito Previdenciário (7. Ed). São Paulo: Saraiva.

Pereira, M. C. C. (2013). O serviço de reabilitação profissional previdenciário: desafios para sua consolidação. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/106935/317906.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Pereira, M. M.; Gorla, J. I. Avaliação da intensidade da dor no ombro em atletas com deficiência física praticantes de modalidades esportivas coletivas. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 3, p. 231-235, set./dez. 2010.

Pina, J.A., Stotz, E. N. S. & Jackson Filho, J. M. (2018). Trabalhador “compatível”, fratura exposta no processo de produção da indústria automobilística: intensificação do trabalho e saúde em questão. Cadernos de Saúde Pública. 34(7). <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018000705005&lng=pt&nrm=iso>.

Pravato, C. M., Dominato, H. D. G. S. & Fernandes, R. C. (2010). Reabilitação Profissional: a importância da inclusão social no Mundo do Trabalho. [Monografia de Especialização, Universidade Federal de Juiz de Fora]. Biblioteca on-line de Ciências da Computação. http://www.bocc.ubi.pt/pag/pravato-dominato-fernandes-reabilitacao-profissional.pdf.

Ribeiro, H. P. (1999). A violência oculta do trabalho: as lesões por esforços repetitivos. Fiocruz. https://doi.org/10.7476/9788575412824

Rocha, D. M. (2004). O direito fundamental a previdência social na perspectiva dos princípios constitucionais diretivos do sistema previdenciário brasileiro. Porto Alegre: Livraria do Advogado.

Ruschel, M. S. & Mirales, R. (2018). Adoecimento dos trabalhadores na agroindústria de frangos. Revista Direitos, trabalho e política social, 4(6), 122-144. http://revista91.hospedagemdesites.ws/index.php/rdtps/article/view/108.

Saldanha, J. H. S., Pereira, P. M., Neves, R. F. N. & Lima, M. A. G. (2013). Facilitadores e barreiras de retorno ao trabalho de trabalhadores acometidos por LER/DORT. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 38(127), 122-38. https://doi.org/10.1590/S0303-76572013000100014

Santos, G. S. H. & Lopes, R. E. (2015). A (in) elegibilidade de trabalhadores encaminhados ao Programa de Reabilitação Profissional do INSS. Revista Katálysis, 18(2), 151-161. http://www.redalyc.org/pdf/1796/179643308002.pdf.

Silva, E. C & Camarotto, J. A. (2016). Contribuições da análise da atividade do trabalho no processo de retorno do trabalhador afastado por LER/DORT. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 27(2), 131-137. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v27i2p131-137

Silva, M. T. M. S. (2013). O programa de reabilitação profissional da Previdência Social e seus limites. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFPE_f7f363dcd5739db84ce9fe2b92c74bf6.

Silva, M. T. M. S. (2013). O programa de reabilitação profissional da Previdência Social e seus limites. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFPE_f7f363dcd5739db84ce9fe2b92c74bf6.

Struffaldi, M. C. B. (1994). Reabilitação profissional: características, conhecimentos e opiniões de trabalhadores acidentados. [Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-24012018-151402/pt-br.php.

Takahashi, M. A. B. C. (2000). Avaliação em reabilitação profissional. A experiência de adoecer por LER e o resgate da autonomia: uma trajetória singular. [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAMP. http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000197873&fd=y.

Vacaro, J. E. & Pedroso, F. S. (2016). Desempenho dos segurados no serviço de reabilitação do Instituto Nacional de Seguridade Social. Acta fisiátrica, 18(4), 200-205. http://www.periodicos.usp.br/actafisiatrica/article/view/103666.

Varandas, L. F. C. L. (2013). Facilitadores e dificultadores do retorno ao trabalho dos segurados reabilitados pelo Programa de Reabilitação Profissional do INSS. [Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNB_f9bb33d3b34dc5e7825db3e0325dfbbb.

Varussa, R. J. (Org.) (2016). Eu trabalhava com dor: trabalho e adoecimento nos frigoríficos. Jundiaí: Paco Editorial.

Watanabe, M. (2004). A reabilitação profissional é possível: um estudo de caso de uma empresa de economia mista. [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas]. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/CAMP_cd96d078d198f1fe9e7659f8f7524ba6.

Ziliotto, D. M. & Berti, A. R. (2013). Reabilitação profissional para trabalhadores com deficiência: reflexões a partir do estado da arte. Saúde e Sociedade, 22(3), 736-750. https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000300008.

Downloads

Publicado

18-05-2023

Como Citar

SANTOS, Alexandre Magno Borges Pereira; BETANHO, Cristiane; LOPES, José Eduardo Ferreira; PAULO, Renata Rodrigues Daher. PERFIL DO SEGURADO SUBMETIDO A REABILITAÇÃO PROFISSIONAL OFERECIDA PELO INSS: UMA ANÁLISE DE CASO. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 27, n. 5, p. 2286–2309, 2023. DOI: 10.25110/arqsaude.v27i5.2023-012. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/9797. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos