CETAMINA, XILAZINA E ATROPINA, EM DOSES CALCULADAS POR EXTRAPOLAÇÃO ALOMÉTRICA INTERESPECÍFICA, PARA CONTENÇÃO FARMACOLÓGICA DA CUTIA (Dasyprocta azarae)

Autores

  • José Ricardo Pachaly
  • Emygdio Leite de Araújo Monteiro Filho
  • Pedro Ribas Werner
  • Diogo Fernandes Giovanellli
  • Juliano Bortolo de Conti
  • Sheila Rezler Wosiacki
  • Salviano Tramontin Belettini
  • Evandra Maria Voltarelli-Pachaly

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqvet.v17i1.4912

Resumo

A cutia (Dasyprocta azarae) é um roedor neotropical que necessita ser contido por meios farmacológicos para a realização de certos procedimentos médicos e de manejo, em função de características comportamentais de defesa e grande susceptibilidade ao estresse. A combinação de cloridrato de cetamina, cloridrato de xilazina e sulfato de atropina foi administrada, por via intramuscular, a 53 cutias (33 machos e 20 fêmeas) com pesos entre 0,74 e 3,58 kg (2,071±0,678 kg), para possibilitar a realização de procedimentos de campo que incluíam determinação de sexo, biometria, marcação, exame físico e colheita de sangue e urina. Após a pesagem de cada cutia, a dose individual de cada um dos fármacos foi calculada por meio de extrapolação alométrica interespecífica, usando-se como modelo as doses usualmente recomendadas para um cão doméstico de 10 kg (cetamina – 20,00mg/kg, xilazina – 2,00mg/kg e atropina – 0,05mg/kg). Em todos os animais a indução do estado de contenção foi rápida, sendo a reação postural de endireitamento abolida entre 0,5 e 5,0 minutos (2,02±1,21 minutos) após a injeção. A temperatura retal variou de 28,9 a 40,9ºC (36,38±2,04ºC), a frequência cardíaca variou de 72 a 240 b.p.m. (150,93±31,48 b.p.m.) e a frequência respiratória variou de 20 a 192 m.p.m. (80,63±29,09 m.p.m.). Avaliou-se a qualidade da contenção farmacológica com base no miorrelaxamento observado aos dez, 15, 25 e 35 minutos após a injeção. A contenção farmacológica foi excelente em cerca de 90,00% dos casos, e boa em outros 5,00%. A qualidade da analgesia foi avaliada, principalmente, por meio das reações de nocicepção ao pinçamento de um dígito do membro torácico esquerdo aos dez, 15, 25 e 35 minutos após a injeção, e foi ruim em mais de 50,00% dos casos. Os animais se recuperaram sem apresentar distúrbios psicomotores, permanecendo calmos até recobrarem a capacidade de ambulação normal, entre 105 e 277 (164,94±37,14) minutos após a injeção. O método proposto mostrou-se plenamente adequado à contenção farmacológica de exemplares de Dasyprocta azarae que necessitem ser submetidos a procedimentos medianamente dolorosos ou incômodos, como biometria, determinação de sexo, exame físico e colheita de sangue e urina. Não é indicado, porém, para procedimentos cirúrgicos. Este artigo resgata resultados inéditos obtidos em uma pesquisa finalizada em 1998.

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Publicado

18-03-2015

Como Citar

PACHALY, José Ricardo; FILHO, Emygdio Leite de Araújo Monteiro; WERNER, Pedro Ribas; GIOVANELLLI, Diogo Fernandes; CONTI, Juliano Bortolo de; WOSIACKI, Sheila Rezler; BELETTINI, Salviano Tramontin; VOLTARELLI-PACHALY, Evandra Maria. CETAMINA, XILAZINA E ATROPINA, EM DOSES CALCULADAS POR EXTRAPOLAÇÃO ALOMÉTRICA INTERESPECÍFICA, PARA CONTENÇÃO FARMACOLÓGICA DA CUTIA (Dasyprocta azarae). Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, [S. l.], v. 17, n. 1, 2015. DOI: 10.25110/arqvet.v17i1.4912. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/view/4912. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigo Original