RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL ENTRE 2019 E 2021: UMA ANÁLISE ANTES E APÓS A PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i6.2023-052Palavras-chave:
Mortalidade Materna, Pandemia, BrasilResumo
A morte materna pode ser classificada como diretas e indiretas, são resultantes de complicações obstétricas no decorrer da gestação, durante o parto e/ou no puerpério. Em 2020, com a eclosão da pandemia do coronavírus se tornou um grande obstáculo para a garantir a saúde materno-fetal. No contexto brasileiro, eliminar significativamente a mortalidade por fatores evitáveis é um imenso desafio da saúde pública, bem como da equidade social, de gênero e de raça. Considerando os efeitos da COVID-19 no Brasil este trabalho objetivou analisar a tendência da RMM no Brasil antes e após a pandemia, no período de 2019 a 2021. Foi realizado um estudo ecológico descritivo e quantitativo analítico da razão de mortalidade materna (RMM) no Brasil, construído mediante dados secundários de estatísticas vitais extraídos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) - Datasus, no período de 2019 a 2021. Os dados do SIM e do Sinasc, até o ano 2021, são considerados finalizados. No período estudado, contabilizaram-se no total 6.571 óbitos maternos no Brasil. De acordo com os dados estatísticos, em 2019, 2020 e 2021 foram notificados 1.576, 1.965 e 3.030 óbitos maternos ao SIM, respectivamente. Em 2020 e 2021, mostrou em todas as regiões um elevado números de óbitos maternos em relação a 2019. Ainda, em 2021 apresentou maior número de óbitos em comparação a 2020. Foi observado um aumento significativo da RMM no Brasil em 2020 e 2021, em decorrência da epidemia de covid-19. As causas indiretas foram as mais prevalentes relacionadas aos óbitos maternos. Por fim, as altas taxas de mortalidade materna no Brasil evidenciam a necessidade de efetiva aplicação de políticas públicas a fim de potencializar a redução dos óbitos maternos no País.
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