DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: ANÁLISE DAS BARREIRAS E IMPACTOS NA SAÚDE PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v29i3.2025-11912Palavras-chave:
Aleitamento Materno, Políticas Públicas, Promoção em Saúde, Saúde PúblicaResumo
O Aleitamento Materno (AM) é essencial para a saúde do lactente e da mãe, fortalecendo o sistema imunológico, prevenindo doenças e promovendo o bem-estar. Recomendado pela OMS de forma exclusiva até os seis meses, o aleitamento materno também beneficia as mães ao reduzir o risco de doenças como câncer e diabetes. No Brasil, políticas públicas incentivam o aleitamento materno para combater o desmame precoce, destacando a importância do apoio e da orientação às mães, especialmente no pós-parto. Este estudo tem como objetivo examinar os desafios e estratégias para a promoção do aleitamento materno, com foco na identificação das barreiras e dos impactos na saúde pública. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura abrangente, realizada em 2024, conduzida por meio de consultas as respectivas bases de dados MEDLINE, PUBMED e SCIELO. Conforme o artigo os resultados demonstram avanços nas taxas de amamentação no Brasil, com a prevalência de aleitamento materno exclusivo chegando a 45,8% em 2021, embora ainda abaixo da meta da OMS. Diversos fatores influenciam a prática, incluindo mitos culturais, falta de conhecimento e barreiras como o retorno precoce ao trabalho. Políticas públicas, como a "Ação da Mulher Trabalhadora que Amamenta" e o Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, têm sido fundamentais para promover o AM, especialmente em populações vulneráveis. Tecnologias móveis e intervenções educacionais complementam o apoio, enquanto iniciativas como a Rede Alyne fortalecem o acompanhamento materno-infantil. Conclui-se que o aleitamento materno enfrenta desafios significativos, incluindo barreiras culturais, sociais e estruturais, mas que podem ser superados por meio de estratégias integradas e inovadoras. A ampliação de campanhas educativas, políticas públicas de apoio, ambientes de trabalho acolhedores e tecnologias móveis para suporte às mães são essenciais para promover o aleitamento e reduzir desigualdades. Assim, ações intersetoriais e fortalecimento da rede de apoio são fundamentais para garantir os benefícios do AM, contribuindo para a saúde e o bem-estar materno-infantil.
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