HIV/AIDS E SUA PRINCIPAL COINFECÇÃO-TUBERCULOSE: PANORAMA DE UMA DÉCADA DE UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO E SUAS SEMELHANÇAS À SOCIODEMOGRAFIA SUBSAARIANA

Autores

  • Pedro de Almeida Vitor
  • Jomar Diogo Costa Nunes
  • Bianca Maria da Costa Lima
  • Bruno Mileno Magalhães de Carvalho
  • Laiany Caroline dos Santos Silva
  • Sueli de Souza Costa
  • Laura Rosa Carvalho Dias
  • Gleydstone Teixeira Almeida
  • Aeriberto Carlos Lindoso de Souza
  • José Alberto Pereira Pires
  • Raimundo Nonato Martins Fonseca
  • Jacira do Nascimento Serra
  • Consuelo Penha Castro Marques

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i6.2023-033

Palavras-chave:

Epidemiologia, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Tuberculose

Resumo

Introdução: Entre o início da epidemia do HIV na década de 1980 até 2018, houve cerca de 32 milhões de óbitos e no mundo existem aproximadamente 37,9 milhões de pessoas viviam com HIV e AIDS. Assim, mesmo com advento da TARV, as pessoas vivendo com HIV/AIDS permanecem sujeitas a redução na qualidade de vida, sendo que dentre esses fatores a coinfecção por Tuberculose se demonstra a principal responsável pela alteração de prognóstico. Desta forma o presente estudo busca estabelecer um panorama epidemiológico das pessoas vivendo com HIV/ AIDS e a sua principal coinfecção no Estado do Maranhão. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo, de abordagem quantitativa que apresenta o perfil das pessoas que vivem com HIV/AIDS, bem como, a principal coinfecção, no período de 2009 a 2018 no Maranhão. Resultados: No período de 2009 a 2018 foram notificados 7691 casos de AIDS no Maranhão, sendo a maioria composta por indivíduos de 20 a 49 anos, do sexo masculino, cor parda e com escolaridade entre a 1ª serie e o ensino fundamental completo, via de transmissão heterossexual e com maior tendência a coinfecção por Tuberculose nos últimos anos da amostra e nos casos de uso de TARV.   Conclusão: O Panorama obtido propõe uma maior necessidade de intervenção e conscientização da necessidade de códons, além de maior rastreio de indivíduos no uso da TARV. Embora observada forte redução nas notificações em 2018, há a necessidade de cautela, principalmente pelo retrato da epidemia em regiões com similaridade sócio demográfica.

Referências

ADEDIMEJI, Adebola et al. Contextos sociais como mediadores de comportamentos de risco em homens ruandeses que fazem sexo com homens (HSH): implicações para a transmissão de HIV e IST. PloS one , v. 14, n. 1, pág. e0211099, 2019.

ANDERSSON, Sören et al. Carga viral plasmática em indivíduos com infecção simples e dupla por HIV-1 e HIV-2 na Guiné-Bissau, África Ocidental: ponto de ajuste do vírus plasmático significativamente menor na infecção pelo HIV-2 do que na infecção pelo HIV-1. Arquivos de medicina interna , v. 160, n. 21, pág. 3286-3293, 2000.

APIDECHKUL, T. The Development of HIV/AIDS Preventive Model in Akha Hill Tripe People in Thailand. In: INTERNATIONAL JOURNAL OF EPIDEMIOLOGY. GREAT CLARENDON ST, OXFORD OX2 6DP, ENGLAND: OXFORD UNIV PRESS, p. 113-114, 2015.

BACHMANN, Max O.; TIMMERMAN, Venessa; FAIRALL, Lara R. Efeito do tratamento antirretroviral sobre o risco de tuberculose durante a expansão do programa na África do Sul. Aids, v. 29, n. 17, pág. 2261-2268, 2015.

BELL, Lucy CK; NOURSADEGHI, Mahdad. Patogênese da coinfecção HIV-1 e Mycobacterium tuberculosis. Nature Reviews Microbiology , v. 16, n. 2, pág. 80-90, 2018.

BHORAT, Haroon et al. Tendências de desigualdade de renda na África subsaariana: divergência, determinantes e consequências. Nova York, NY: Escritório Regional do PNUD para a África , 2017.

BOMBI, Lorena Guerra et al. Dinâmica da coinfecção por tuberculose e hiv no estado de Mato Grosso do sul entre 2015 a 2022 e impacto da pandemia de Covid-19 nas notificações. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 27, n. 4, p. 1875-1892, 2023.

BROWN, Tim; PEERAPATANAPOKIN, Wiwat. Epidemias de HIV em evolução: a necessidade urgente de reorientar as populações com risco. Current Opinion in HIV and AIDS , v. 14, n. 5, pág. 337, 2019.

CHAISSON, Lélia H. et al. Estratificação da contagem de CD4 para orientar a terapia preventiva da tuberculose para pessoas vivendo com HIV. AIDS (Londres, Inglaterra) , v. 34, n. 1, pág. 139, 2020.

CHARLES, M. Katherine et al. Implementação da busca intensiva de casos de tuberculose, terapia preventiva com isoniazida e controle de infecção ("três I's") e integração de serviços HIV-tuberculose em países de baixa renda. PloS um , v. 11, n. 4, pág. e0153243, 2016.

DE FREITAS, Aleixa Nogueira et al. Caracterização das infecções que acometem o usuário no momento do diagnóstico para o Hiv/Aids. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 26, n. 3, 2022.

DE OLIVEIRA, Gissele Cristina Boscardim; BONATTO, Melissa; CATTANI, Fernanda. Acompanhamento do comportamento do HIV através de exames laboratoriais em portadora do vírus: relato de caso. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 26, n. 2, 2022.

DE OLIVEIRA FERREIRA, Caroline et al. Vulnerabilidade a infecções sexualmente transmissíveis em idosos usuários de um centro de testagem e aconselhamento. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 23, n. 3, 2019.

FAUCI, Anthony S. Enfrentando a epidemia de tuberculose: pesquisas do século XXI para uma doença antiga. JAMA , v. 320, n. 13, pág. 1315-1316, 2018.

GRIESBECK, Morgane; SCULLY, Eileen; ALTFELD, Marcus. Sex and gender differences in HIV-1 infection. Clinical Science, v. 130, n. 16, p. 1435-1451, 2016.

GROSSMAN, Zehava et al. Uma epidemia de HIV estruturada pela população em Israel: papéis de risco e etnia. PloS um , v. 10, n. 8, pág. e0135061, 2015.

HIGHTOWER, George K. et al. Maior diversidade genética do HIV-1 está associada à AIDS e comprometimento neuropsicológico. Virologia , v. 433, n. 2, pág. 498-505, 2012.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, & Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. 2010.

KIRKEGAARD-KLITBO, Ditte M. et al. Soluble urokinase plasminogen activator receptor is a predictor of incident non-AIDS comorbidity and all-cause mortality in human immunodeficiency virus type 1 infection. The Journal of infectious diseases, v. 216, n. 7, p. 819-823, 2017.

MARMOT, Michael. Justiça social, epidemiologia e desigualdades em saúde. European Journal of Epidemology , v. 32, p. 537-546, 2017.

MESFIN, Yonatan Moges et al. Associação entre HIV/AIDS e tuberculose multirresistente: uma revisão sistemática e meta-análise. PloS um , v. 9, n. 1, pág. e82235, 2014.

Ministério da Saúde do Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos/Secretaria de Vigilância em Saúde, p. 412. Brasília: Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV e das Hepatites Virais‐Brasília.2018.

PERONDI, Alessandro; IBRAHIM, Saluhu. A percepção da pessoa idosa sobre a sexualidade e a saúde sexual no envelhecimento. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 26, n. 3, 2022.

PETTIFOR, Audrey E. et al. Mantê-los na escola: a importância da educação como fator de proteção contra a infecção pelo HIV entre as jovens sul-africanas. Jornal internacional de epidemiologia , v. 37, n. 6, pág. 1266-1273, 2008.

SANCHEZ, Mauro e cols. Desfechos do tratamento da TB por HIV nos sistemas nacionais de registro no Brasil, 2003–2008. PLoS One , v. 7, n. 3, pág. e33129, 2012.

SCOTT, Lesley e cols. Diagnóstico de infecções oportunistas: coinfecções HIV: tuberculose. Opinião atual em HIV e AIDS , v. 12, n. 2, pág. 129, 2017.

SELVA, Kevin J. et al. Impacto da viremia do HIV-1 ou infecção sexualmente transmissível nos anticorpos anti-HIV-1 derivados do sêmen e na capacidade imunossupressora do plasma seminal. European Journal of Immunology , v. 49, n. 12, pág. 2255-2258, 2019.

TARAMASSO, Lucia; TATARELLI, Paola; DI BIAGIO, Antonio. Bloodstream infections in HIV-infected patients. Virulence, v. 7, n. 3, p. 320-328, 2016.

UNAIDS. Estatísticas: relatórios mais recentes do Ministério da Saúde do Brasil [Internet]. Brasília: UNAIDS Brasil, 2019.

VALADEZ, Joseph J. et al. Colocando o C de volta no ABC: uma investigação plurianual e multirregional sobre o uso de preservativos por jovens de Uganda 2003–2010. PLoS One , v. 9, n. 4, pág. e93083, 2014.

VAN DER WERF, Marieke J. et al. Tuberculose e coinfecção por HIV na Europa: olhando para uma realidade de dois ângulos. AIDS (Londres, Inglaterra) , v. 30, n. 18, pág. 2845, 2016.

VOS, Theo et al. Incidência global, regional e nacional, prevalência e anos vividos com incapacidade para 310 doenças e lesões, 1990–2015: uma análise sistemática para o Global Burden of Disease Study 2015. The lancet , v. 388, n. 10053, pág. 1545-1602, 2016.

WALL, Kristin M. et al. Risco de transmissão heterossexual do HIV atribuível a infecções sexualmente transmissíveis e inflamação genital não específica em casais discordantes da Zâmbia, 1994–2012. International Journal of Epidemiology , v. 46, n. 5, pág. 1593-1606, 2017.

WILLIAMS, Brian G. e outros. Progresso e perspectivas para o controle do HIV e da tuberculose na África do Sul: um estudo de modelagem dinâmica. The Lancet Public Health , v. 2, n. 5, pág. e223-e230, 2017.

WINTER, Joanne R. et al. Tendências e fatores associados à infecção pelo HIV entre pacientes com tuberculose na era da terapia anti-retroviral: um estudo retrospectivo na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Medicina BMC, v. 16, p. 1-12, 2018.

Downloads

Publicado

14-06-2023

Como Citar

Vitor, P. de A., Nunes, J. D. C., Lima, B. M. da C., de Carvalho, B. M. M., Silva, L. C. dos S., Costa, S. de S., … Marques, C. P. C. (2023). HIV/AIDS E SUA PRINCIPAL COINFECÇÃO-TUBERCULOSE: PANORAMA DE UMA DÉCADA DE UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO E SUAS SEMELHANÇAS À SOCIODEMOGRAFIA SUBSAARIANA. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR, 27(6), 2641–2660. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i6.2023-033

Edição

Seção

Artigos