EFEITOS DO I-PASS NA QUALIDADE DA COMUNICAÇÃO, FLUXO DE TRABALHO E PREVENÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i5.2023-018Palavras-chave:
Erros Médicos, Gestão da Segurança, Segurança do Paciente, Qualidade da Assistência à Saúde, Ferramenta de TransferênciaResumo
Introdução: Os cuidados de saúde tornaram-se cada vez mais complexos, o que tem dado ênfase a segurança do paciente. Evidências de pesquisas de cultura de segurança sugerem que a qualidade da transferência de cuidados de saúde é problemática, levando a erros evitáveis e resultados adversos. O I-PASS foi projetado para reduzir esses eventos adversos. Objetivo: Analisar por meio da literatura científica os efeitos da ferramenta I-PASS sobre a qualidade da comunicação, fluxo de trabalho e prevenção de eventos adversos. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa, descritivo, exploratório de abordagem qualitativa. A questão de pesquisa, determinou a construção da estratégia PICO, que representa um acrônimo para Paciente ou Problema (P), Intervenção (I), Comparação (C) e Desfechos (O-outcomes). As bases utilizadas para a coleta de dados foram a PubMed; SCOPUS; e Web of Science. Resultados: Os resultados mostram que a adesão a handoffs padronizados aumentou significativamente após a intervenção acerca da gravidade da doença; resumo do paciente; lista de ações; planejamento de contingência; consciência situacional; e síntese. O uso rotineiro da ferramenta eletrônica estruturada de handoff foi associada a uma diminuição acentuada de falhas de comunicação potencialmente prejudiciais e a uma melhor percepção de qualidade e segurança do paciente. Além disso, reduções nas taxas de interrupções, sem um impacto significativo na duração do handoff e melhoria do fluxo de trabalho também foram observados. Conclusão: Conclui-se que a estratégia de transferência eletrônica I-PASS pode ser utilizada como uma importante ferramenta de gestão.
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